Há borboletas em todo lugar. As borboletas que deveriam estar no meu estômago, estão voando pelo meu corpo inteiro. Entre uma perna e outra, passando pelos meus pés, joelho e cabelo.
Elas contornam meu pescoço e brincam sobre meu rosto, que ao sol exposto reluz suas asas a bater. Borboletas atravessam diante dos meus olhos e pousam no meu nariz trazendo o gosto de mais uma vez me apaixonar e de sempre ficar por um triz.
Sobrevoam o meu ventre, minhas costas, tropeçam nos meus ombros, seios, umbigo e em todas as palavras que você me diz. Eu tento me afastar, mas elas querem ficar comigo e assim me fazer mais feliz.
E pra finalizar seu vôo, elas entram na minha orelha e deslizam pela minha boca, como eu sempre quis. Pra depois irem embora, correndo pelo meu clitóris, subindo nas minhas coxas e escorrendo pelos meus quadris.
Há borboletas em todo lugar,
no meu peito vazio por falta do seu abraço, nas minhas mãos pequenas e nos meus
dedos em pedaços. Certamente não existe em mim um espaço, em que as borboletas
não consigam dançar.
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