quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Sobre amizade.

Nunca tive muitos amigos, creio que amizade cabe na mão.

Conceito importante na vida: distinguir quem está comigo de quem está ao meu lado. Ao meu lado existem centenas, comigo são os poucos que aguentam minhas falhas, suportam minhas inconstâncias, sublimam minhas chatices e não condenam meus silêncios. Aprendi com o Rubem Alves que quando o silêncio deixa de ser um constrangimento é sinal de que a amizade começou.

Amigos conversam mas também silenciam. Estar junto basta.

Tenho amigos dentro de mim, o tempo, a geografia nos distanciou mas eles continuam comigo, quando os vejo é como se nunca tivéssemos nos distanciado. Eles não estão ao meu lado, mas estão comigo.

Gosto do livro do Eclesiastes, um livro da Bíblia sobre sabedoria, sentido da vida, morte entre outros temas. Dentre as muitas ideias apresentadas ali uma delas sempre me intrigou:

"Mais vale ir a um funeral que a uma festa —
Afinal de contas, é para onde iremos.
Ninguém sai de lá sem aprender uma lição".

Uau! Como assim? Como pode o funeral ser melhor que a festa? Que conversa mais estranha é essa?

Não é um culto à morte, não é um pessimismo tirânico, mas uma lembrança de que existem situações que só a amizade sustenta. Existem momentos em diferenciamos quem é quem em nossas vidas.

Encarar a morte é coisa de amigo. Dar as mãos para alguém atravessar o luto é coisa de amigo.

No dia em que me despedi da minha mãe um amigo me escreveu: “quando o seu coração estiver doendo muito, eu te empresto o meu... Pode usar quando quiser”. Coisa de amigo.

Faça muitas festas, celebre mesmo, a vida merece e precisa disso, mas não confunda quem está na festa com quem está com você.

Obrigado aos meus poucos amigos que no meio do inverno fizeram verão em mim, que em noites escuras estamparam um céu de estrelas para me guiar.  Com vocês eu faço festa!

© VILLY FOMIN
(Outubro, 2016)

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Misfit


“Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam”.
(Jack Kerouac)

domingo, 2 de outubro de 2016

Eu passarinho

Poeminha do contra

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

(Mário Quintana)