quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O fim das coisas


Eu sempre fui meio "Grinch".
Sempre quis ser do contra (ainda sou do contra) e me orgulhava de odiar o natal e toda a falsidade, hipocrisia e consumismo que vem junto com ele. A prova disso está nos posts anteriores aqui no meu blog, porque eu sempre defendi a ideia de que o Papai Noel rouba a cena de Jesus e que Jesus não nasceu nessa data.
E não mudei minha opinião, Papai Noel (São Nicolau) rouba mesmo a cena, as pessoas só querem saber de encher a cara e comer um monte (tipo eu hihi) e nem ligam pra Jesus (eu ligo). E os estudos teológicos mais aproximados a respeito da data em que Jesus nasceu, levando em conta a diferença do nosso calendário atual com o da época, nos diz que Jesus nasceu mais ou menos em setembro. Resumindo, sempre critique essa festa da Coca-Cola.
But, percebi o quanto eu estava sendo cri cri e fazendo a linha Grinch.
Retomando, não mudei minha opinião, só não quero mais ficar criticando e em vez disso comecei a curtir essa época. Sabe essa coisa de final de ano? Essa correria maluca... esse fechamento de ciclos...
O Rei Salomão dizia que "o fim das coisas é melhor do que o começo" e eu concordo, sabe.
Eu penso que inúmeras coisas são melhores no final do que no começo e o maior exemplo disso é o fim do ano.
O fim do ano é muito mais gostoso! Chegam as férias escolares, da faculdade, as férias coletivos no trabalho... É calor e é verão. Tem o décimo terceiro (quem falar que não liga pra dinheiro, ta mentindo). Enfim, tenho vários motivos para concordar com o Rei Salomão.
Maaaaas, quero discorrer sobre apenas um fato natalino hoje: os presentes.
Eu mesma já falei que as pessoas ficam mais consumistas nessa época do ano e acabam se endividando para cumprir um protocolo, um hábito inserido na sociedade através de uma consciência coletiva(Woooooow! Salve salve Émile Durkheim! Ai como eu to socióloga hoje).
Contudo, amoleci meu coraçãozinho e percebi como é legal presentear e receber presentes. Não só no natal, mas sempre.
O ato de presentear é uma das cinco linguagens do amor (aprendi isso num livro e é muito sério). Talvez você dê um presente a alguém por educação, por consideração ou porque teve que participar de um amigo secreto.
Mas você já analisou de verdade o ato de presentear?
Você, antes de tudo, quer agradar alguém. Aí você começa a pensar em algo que essa pessoa precisa/gostaria de ganhar, algo que tenha tudo a ver com ela (no caso daqueles que acertam no presente, significa que a pessoa conhece muito bem a outra, isso mostra intimidade, cumplicidade). Aí você dispõe do seu tempo e recurso financeiro (independente de ser pouco ou muito dinheiro) para encontrar um presente bacana. Depois você entrega o presente e vê um sorriso no rosto de alguém. Esse alguém, mesmo que não goste do presente recebido, vai sorrir ao recebê-lo pelo simples fato de que alguém se lembrou dele. Gente, que coisa bonita, não? Você, ao presentear alguém, se doa.
É mais do que gastar tempo e dinheiro com alguém, é criar laços. É surpreender, é amar.
Eu por exemplo, gosto mais de presentear, mas quando recebo um presente, fico tão feliz que às vezes fico constrangida.
Mas voltando ao assunto... natal é isso mesmo. É Deus presentando as pessoas com seu filho. E que presente! O mais massa de todos!
Okay. Talvez você não seja cristão, talvez você não tenha nenhuma religião ou talvez você não tenha uma opinião formada sobre o assunto. Mas, cá entre nós, é tão legal reunir a família, trocar presentes e fazer uma ceia...
Okay, você não gosta de nada disso. Tudo bem, desisto. Isso é válido também.
E pra concluir, além de todos esses motivos que eu tenho pra gostar do fim das coisas mais do que do começo, eu estou terminando esse ano com muitas coisas boas! Coisas maravilhosas tem acontecido comigo, tipo tudo o que eu sempre quis, sempre esperei da vida, tem acontecido. Praticamente todos os meses desse ano foram difíceis pra mim, aconteceram coisas que me fizeram detestar o ano. Mas no final, as coisas foram se ajeitando pouco a pouco. Fui me levantando tipo fênix mesmo, das cinzas. Me retirei de algumas atividades e tomei consciência de mim mesma, de quem eu sou. Tive uma, duas, várias catarses, parei de me fazer de vítima e decidi ser protagonista e não coadjuvante de mim mesma, da minha própria vida. E o universo todo foi me acompanhando,tudo foi melhorando a partir do momento que eu dei o primeiro passo. Tô super feliz, sinto prazer de ser quem eu
sou e estar onde estou (igual a música da Rita Lee) e creio que estou exatamente onde deveria estar, fazendo o que deveria fazer. To com uma energia incrível, quero espalhar isso por aí sabe... quero influenciar, quero que as pessoas se encontrem também, que as pessoas sejam felizes! E quero que esse sentimento se prolongue.
E dessa vez, não vou fazer uma lista de pedidos clichês pro próximo ano não. Vou continuar sendo "do contra" e vou olhar pra trás ao invés de projetar meu futuro através de idealizações. Vou agradecer o que vivi durante esse ano, e olha, tenho muito a gradecer!!!
Não vou pedir nada, posso dizer sem exceção que tenho todas as coisa que preciso. Sei disso, porque aprendi esse ano que Deus não nos dá o que pedimos/queremos e sim o que precisamos. Eu sei, eu sei! Essa frase é clichê, mas gente, só quando você vive os clichês que eles passam a fazer sentido de verdade. E realmente, eu tenho tudo o que preciso!
Ainda quero muitas coisas, espero muitas coisas, mas isso já não me tira o sono, não mais.
Bom, desculpa o texto enorme, mas é que quando eu estou feliz eu fico hiperativa (coisas do TDAH) e é isso.
Eu estou feliz.