segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Então que venha, mas não venha com um pé atras, cheia de si, suas qualidades eu já conheço eu to buscando é o teu avesso, sugar o teu extremo, dissecar o teu desejo até que se esculpa em nós novos limites. Me acostumar com seus defeitos ao ponto de admira-los, entende? Sem promessas, sem rótulos, sem moral. Sem essa de paixão romântica, poderia muito bem te encher de frases feitas do tipo "não vivo sem você", "você para mim é tudo", mas não é verdade eu vivo e talvez até muito bem, mas eu quero estar com você, simples assim, é tão mais agradável que este viver bem não me atrai nem um pouco, quero o seu caos. Só que esse seu-meu-nosso medo de que não aconteça exatamente nada ou de que aconteça um nada tudo rápido demais ou de que isso tudo seja um algo rápido demais muito próximo daquilo que já rolou antes e veio com um sofrimento não tão rápido porém muito intenso cunhasse de verbo pronominal dando origem ao atual medo, e deixar que este medo venha atrapalhar aquilo que ainda não rolou e a possibilidade de que nem role por medo, tem me deixado meio assim sabe? Confuso e com medo.

(Fabiano Santos)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

É por todas as cartas de amor que hoje mofam no fundo de alguma caixa velha e por aquelas que, talvez, pelo medo da resposta nunca foram de fato escritas. 
Pelas cartas manchadas de lagrimas, as queimadas, destruídas e aquelas que até hoje, em vão, eu aguardo uma resposta. 
É pela montanha de breguice que carrego, pelo mar de vergonha daquilo que senti, é pela paúra de sentimentos passados que hoje me parecem tão ridículos, mas deixaram suas seqüelas, e que só se tornaram ridículos, pela força e tamanho da verdade que carregaram. 
É pelas noites reviradas na cama, ouvindo, incessantemente, aquele disco que até hoje me faz chorar, pelos dias estéreis, pelos porres em vão, pelas tardes vazias e manhãs de ressacas mau resolvidas. 
É por toda esta alegria efêmera, é por este riso forçado, é por este texto sem nexo, por esta vida vazia que gera um vazio ainda maior, pelos fins de semana que doem a semana toda, é por esta dança sem rumo e sem sentido que aprendemos a dançar; e dançamos! 
É pela palavra certa dita para pessoa errada, pela palavra errada que ouvi da boca da pessoa que um dia julguei certa, é pelo desnecessário, é por aquilo que éramos, é pelo nada que existe e que facilmente seria preenchido de romance e música, mas erramos. 
É por acreditar no novo, é por esperar o diferente no porvir, é pelo sorriso sincero que o seu sorriso me causa e é por esta pessoa viva que me torno ao seu lado. 
É por tudo que eu aprendi, é por não te cobrar nada, é pela certeza de que meu respeito e cumplicidade você terá, pois são as únicas coisas que tenho para te oferecer, são as únicas coisas que posso garantir com a mais absoluta certeza que nunca lhe faltará. 
É por tudo isso que acredito que se juntarmos caco por caco que foram se espalhando na história de cada um de nós, migalha por migalha que sobraram da gente, formaríamos um algo bem interessante, talvez um algo novo, ou não. 
Mas olha, só saberemos mesmo se tentarmos; então faz assim ó: segura forte na minha mão e vamos descobrindo no caminho. 
Corremos o risco de virar mais uma carta velha ou de ganhar um mundo novo. Topa?
(Fabiano Santos)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

"Matar não quer dizer a gente pegar o revólver de Buck Jones e fazer bum! Não é isso. A gente mata pelo coração. A gente vai deixando de se importar, de querer bem… E um dia a pessoa morreu."

- Meu pé de laranja lima

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Como se morre de velhice

Como se morre de velhice 
ou de acidente ou de doença, 
morro, Senhor, de indiferença. 

Da indiferença deste mundo 
onde o que se sente e se pensa 
não tem eco, na ausência imensa. 

Na ausência, areia movediça 
onde se escreve igual sentença 
para o que é vencido e o que vença. 

Salva-me, Senhor, do horizonte 
sem estímulo ou recompensa 
onde o amor equivale à ofensa. 

De boca amarga e de alma triste 
sinto a minha própria presença 
num céu de loucura suspensa. 

(Já não se morre de velhice 
nem de acidente nem de doença, 
mas, Senhor, só de indiferença.) 

Cecília Meireles, in 'Poemas (1957)' 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016


" Eu decidi que eu não quero mais ser um adulto... Se alguém precisar de mim, eu estarei na minha cabaninha colorindo."

domingo, 3 de janeiro de 2016


Hoje o blog completa 6 anos! São poucas postagens, mas é tudo de coração. E que venham mais idéias, mais inspirações, mais palavras! É isso, mais palavras! 

Feliz de quem sabe sonhar
Um sonho jamais chega ao fim
É feito criança, revive a esperança
Do "não" sempre em busca de um "sim"

Feliz de quem sabe chorar
O choro é o riso da dor
Chorar com quem chora refaz toda história
Transforma a tristeza em flor
Se a planta brotou, a semente morreu
Se o dia findou, o luar já nasceu
Pois tudo se encontra, tudo se dá em amor
A guerra findou porque alguém se rendeu
O medo acabou porque a paz renasceu
Não há compromisso se não houver Amor
Feliz de quem sabe esperar
E espera somente em Deus
Faz dEle a esperança, o sonho, a mudança
Lhe entrega os caminhos seus

Tudo se encontra - João Alexandre