segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

É por todas as cartas de amor que hoje mofam no fundo de alguma caixa velha e por aquelas que, talvez, pelo medo da resposta nunca foram de fato escritas. 
Pelas cartas manchadas de lagrimas, as queimadas, destruídas e aquelas que até hoje, em vão, eu aguardo uma resposta. 
É pela montanha de breguice que carrego, pelo mar de vergonha daquilo que senti, é pela paúra de sentimentos passados que hoje me parecem tão ridículos, mas deixaram suas seqüelas, e que só se tornaram ridículos, pela força e tamanho da verdade que carregaram. 
É pelas noites reviradas na cama, ouvindo, incessantemente, aquele disco que até hoje me faz chorar, pelos dias estéreis, pelos porres em vão, pelas tardes vazias e manhãs de ressacas mau resolvidas. 
É por toda esta alegria efêmera, é por este riso forçado, é por este texto sem nexo, por esta vida vazia que gera um vazio ainda maior, pelos fins de semana que doem a semana toda, é por esta dança sem rumo e sem sentido que aprendemos a dançar; e dançamos! 
É pela palavra certa dita para pessoa errada, pela palavra errada que ouvi da boca da pessoa que um dia julguei certa, é pelo desnecessário, é por aquilo que éramos, é pelo nada que existe e que facilmente seria preenchido de romance e música, mas erramos. 
É por acreditar no novo, é por esperar o diferente no porvir, é pelo sorriso sincero que o seu sorriso me causa e é por esta pessoa viva que me torno ao seu lado. 
É por tudo que eu aprendi, é por não te cobrar nada, é pela certeza de que meu respeito e cumplicidade você terá, pois são as únicas coisas que tenho para te oferecer, são as únicas coisas que posso garantir com a mais absoluta certeza que nunca lhe faltará. 
É por tudo isso que acredito que se juntarmos caco por caco que foram se espalhando na história de cada um de nós, migalha por migalha que sobraram da gente, formaríamos um algo bem interessante, talvez um algo novo, ou não. 
Mas olha, só saberemos mesmo se tentarmos; então faz assim ó: segura forte na minha mão e vamos descobrindo no caminho. 
Corremos o risco de virar mais uma carta velha ou de ganhar um mundo novo. Topa?
(Fabiano Santos)

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