terça-feira, 8 de outubro de 2013

Amores brutos

"Eu, quando não estou bêbada, estou de certo modo desconsolada comigo. É que me pesam como chagas os amores. Só presto no tropeço, nas dores que de certo modo me servem de chão. Eles não me amam e eu insisto na violência de amar uma mentira. Que a minha própria verdade, eu temo. Tudo o que eu mais quero é ser tomada em goles largos. Sou insatisfeita. Até para ser dada como viva. Sou uma mulher em cacos rejuntados. O que há comigo? Há tudo. Me proteja de mim. Me arranque um pouco daqui. Mas quem? Um alguém deve existir. Ali, pelo mundo. Onde minha cabeça vive. Sempre estou ausente - é a distancia de mim mesma o que me salva nos intervalos desse estado denso de lucidez profunda. Preciso da estupidez como um modo necessário de sobreviver de mim mesma."

(Autor Desconhecido)