sábado, 24 de janeiro de 2015

O amor e o café


O amor é café
Que eu erro a medida
O amor é café
Que mesmo frio
É-me quente bebida
O amor é café
Que como o de mãe
Jamais será, não!
O amor é café
Que dá disritmia
No manso coração
O amor é café
Que eu bebo
Sem moderação

Faço amor
e bebo café
Faço café
e bebo-te,

Amor.

(Autor Desconhecido)

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

"O meu mundo não é como o dos outros. Quero demais, exijo demais; há em mim uma sede do infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... sei lá de quê."

- Florbela Espanca

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Que se chova.


O amor que choveu
(Antonio Prata)


Era uma vez um menino que amava demais. Amava tanto, mas tanto, que o amor nem cabia dentro dele. Saía pelos olhos brilhando, pela boca, cantando, pelas pernas, tremendo, pelas mãos, suando. (Só pelo umbigo é que não saía : o nó ali é tão bem dado que nunca houve um só que tenha soltado). O menino sabia que o único jeito de resolver a questão era dando amor à menina que amava. Mas como saber o que ela achava dele? Na classe, tinha mais de 15 meninos. Na escola, 300. No mundo, vai saber, uns 2 bilhões? Como é que ia acontecer de a menina se apaixonar justo por ele, que tinha se apaixonado por ela? O menino tentou trancar o amor numa mala, mas não tinha como: nem sentando em cima o zíper fechava. Resolveu então congelar, mas era tão quente o amor, que fundiu o freezer, queimou a tomada, derrubou a energia do prédio, do quarteirão e logo o menino saiu andando pela cidade escura –só ele brilhando nas ruas, deixando pegadas de Star Fix por onde pisava.
O que é que eu faço? – perguntou ao prefeito, ao amigo, ao doutor e a um pessoalzinho que passava a vida sentado em frente ao posto de gasolina. Fala pra ela! – diziam todos, sem pensar duas vezes, mas ele não tinha coragem. E se ela não o amasse? E se não aceitasse todo o amor que ele tinha pra dar? Ele ia murchar que nem uva passa, explodir como bexiga e chorar até 31 de dezembro de 2978. Tomou então a decisão: iria atirar seu amor ao mar. Um polvo que se agarrasse a ele – se tem 8 braços para os abraços, por que não 4 corações para as suas paixões? Ele é que não dava conta, era só um menino, com apenas duas mãos e o maior sentimento do mundo. Foi até a beira da praia e, sem pensar duas vezes, jogou. O que o menino mão sabia era que o seu amor era maior do que o mar. E o amor do menino fez o oceano evaporar. Ele chorou, chorou e chorou pela morte do mar e de seu grande amor.
Até que sentiu uma gota na ponta do nariz. Depois outra na orelha e mais outra, no dedão do pé. Era o mar, misturado ao amor do menino que chovia do Saara a Belém, de Meca a Jerusalém. Choveu tanto que acabou molhando a menina que o menino amava. E assim que a água tocou sua língua, ela saiu correndo para a praia, pois já fazia meses que sentia o mesmo gosto, o gosto de um amor tão grande, mas tão grande, que já nem cabia dentro dela.

sábado, 3 de janeiro de 2015

5 anos


Hoje o meu blog completa 5 anos.
5 anos de poesias, críticas, desabafos, reflexões...
Sempre brincando com as palavras e externalizando.
Obrigada a todos que acompanham o blog!
Escrevo pra vocês!

"... é tudo poesia, alimento de alma."